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Cirurgia de mudança de sexo: quando o plano de saúde deve cobrir!

Publicado por Mello e Furtado Advocacia

Escritório de advocacia especialista em INSS e Previdência Social

Sumário

    A cirurgia de redesignação sexual, também chamada de cirurgia de mudança de sexo, é um procedimento essencial para muitas pessoas trans que desejam alinhar seus corpos com suas identidades de gênero.

    Portanto, se esse é o seu caso, é importante saber que, quando os planos de saúde se recusam a custear o tratamento, você pode — e deve — recorrer à Justiça para garantir o seu direito.

    Neste post, vamos esclarecer todas as principais dúvidas sobre o tema. Antes de tudo, você vai entender o que é a cirurgia de mudança de sexo e como ela funciona. Em seguida, explicaremos o que diz a ANS, se há cobertura obrigatória pelos planos de saúde, quais documentos são necessários para solicitar o procedimento e, por fim, como você pode garantir seus direitos com apoio jurídico especializado.

    Assim, ao final da leitura, você terá um guia completo para compreender melhor a importância da cirurgia de mudança de sexo e quais caminhos seguir para ter acesso a esse tratamento fundamental.

    https://elements.envato.com/transgender-day-and-lgbt-pride-month-T68SAZB

    Texto alternativo (alt text): cirurgia de mudança de sexo
    Título da foto em destaque: cirurgia de mudança de sexo
    Legenda: Médico segurando coração com as cores da bandeira trans, simbolizando acolhimento e cuidado no processo da cirurgia de mudança de sexo
    Descrição: Profissional de saúde segurando coração nas cores da bandeira transgênero, representando o respeito à identidade de gênero e a importância da cirurgia de mudança de sexo no processo de transição

    O que é a a cirurgia de redesignação sexual?

    A cirurgia de redesignação sexual, também chamada de cirurgia de mudança de sexo, modifica as características sexuais de uma pessoa para que correspondam à sua identidade de gênero.

    Esse processo vai além da cirurgia em si. Ele inclui acompanhamento psicológico, terapia hormonal e outras etapas que garantem saúde física e emocional durante a transição.

    Assim, quando a pessoa trans realiza a cirurgia de mudança de sexo, ela alinha o corpo à sua identidade de gênero e conquista mais qualidade de vida. Por isso, especialistas em saúde e entidades de direitos humanos reconhecem o procedimento como um tratamento essencial e não apenas estético.

    Onde é feita a cirurgia de mudança de sexo?

    Embora alguns hospitais públicos de referência e a rede privada já ofereçam a cirurgia de redesignação sexual, o SUS costuma impor mais demora e burocracia na realização do procedimento.

    Por esse motivo, muitas pessoas trans optam por buscar a cirurgia de mudança de sexo diretamente pelo plano de saúde. Para isso, contam com o acompanhamento de uma equipe multiprofissional, que garante segurança médica e respaldo jurídico durante todo o processo.

    Como funciona?

    Primeiro, uma equipe multiprofissional avalia o paciente, realizando acompanhamento psicológico, endocrinológico e médico.

    Após essa fase, a equipe médica indica a cirurgia, os hospitais ou clínicas credenciadas realizam o procedimento, seja na rede pública ou privada.

    Além disso, o paciente passa por tratamentos pré e pós-operatórios para garantir sua saúde física e mental.

    Por fim, o acesso à cirurgia pode ocorrer pelo plano de saúde ou pelo SUS; caso o plano negue a cobertura, o paciente pode recorrer à Justiça para garantir o direito ao tratamento.

    1. Mudança de feminino para masculino

    A cirurgia de mudança de gênero feminino para masculino, inclui procedimentos como mastectomia (retirada das mamas), histerectomia (remoção do útero), faloplastia (construção de um pênis) e outras intervenções para masculinização corporal.

    2. Mudança de masculino para feminino

    A cirurgia de mudança de gênero masculino para feminino, inclui orquiectomia (remoção dos testículos), vaginoplastia (construção de uma vagina), além de cirurgias para feminilização facial e corporal, em alguns casos.

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    Texto alternativo (alt text): O plano de saúde deve custear a cirurgia de mudança de sexo? cirurgia de mudança de sexo
    Título da foto secundária: O plano de saúde deve custear a cirurgia de mudança de sexo? cirurgia de mudança de sexo
    Legenda: Profissional de saúde segurando coração com as cores da bandeira trans, representando o direito à cobertura médica e questionando se o plano de saúde deve custear a cirurgia de mudança de sexo
    Descrição: Médico segurando coração nas cores da bandeira trans, simbolizando a luta pelo reconhecimento do direito ao custeio da cirurgia de mudança de sexo pelos planos de saúde

    O plano de saúde deve custear a cirurgia de mudança de sexo?

    Quando há recomendação médica, os planos de saúde devem autorizar a cirurgia de redesignação sexual, conforme entendimentos da Justiça e das normas da saúde suplementar. Isso se deve ao reconhecimento de que a identidade de gênero é parte fundamental da saúde da pessoa, e negar o procedimento pode representar um ato de discriminação.

    A justiça obriga o plano de saúde a cobrir a cirurgia de mudança de sexo?

    Os tribunais já consideram abusiva a recusa dos planos de saúde em cobrir a cirurgia de redesignação sexual, especialmente quando médicos indicam o procedimento como essencial para a saúde do paciente. Por isso, a Justiça determina que os planos assumam todos os custos, incluindo os tratamentos pré e pós-operatórios.

    O que é a ANS e o que a ANS sobre a cobertura da cirurgia?

    A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) regula os planos de saúde no Brasil. Embora nem todos os procedimentos ligados à cirurgia de redesignação sexual apareçam no Rol de Procedimentos da ANS, isso não significa que exista proibição de cobertura.

    Quando o médico emite prescrição e apresenta fundamentação técnica, o plano de saúde deve custear o tratamento. Além disso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já decidiu que o rol da ANS tem caráter exemplificativo, e não taxativo. Portanto, essa interpretação reforça o direito das pessoas trans de obter a cobertura da cirurgia de mudança de sexo pelos planos de saúde.

    https://elements.envato.com/lgbt-pride-month-concept-or-lgbtq-or-lgbtqia-with–XM6878C

    Texto alternativo (alt text): O que é a ANS e o que a ANS diz sobre a cobertura da cirurgia? cirurgia de mudança de sexo
    Título da foto secundária: O que é a ANS e o que a ANS diz sobre a cobertura da cirurgia? cirurgia de mudança de sexo
    Legenda: Corações coloridos com bandeiras LGBTQIA+ em mãos, simbolizando a diversidade e a importância da regulação da ANS sobre a cobertura da cirurgia de mudança de sexo
    Descrição: Mãos segurando corações coloridos com bandeiras LGBTQIA+, representando inclusão, diversidade e o papel da ANS na definição da cobertura obrigatória para a cirurgia de mudança de sexo

    Como funciona a carência para a cirurgia de redesignação sexual?

    Assim como ocorre com outros procedimentos, o período de carência para a cirurgia de redesignação sexual varia conforme o contrato firmado com o plano de saúde. Em geral, para cirurgias eletivas, o prazo máximo é de 180 dias.

    No entanto, quando são notadas situações de urgência ou quando há risco comprovado à saúde mental do paciente, é possível solicitar a cobertura mesmo durante o período de carência — especialmente com o apoio de orientação jurídica adequada.

    Como conseguir ter a cobertura da cirurgia de mudança de sexo?

    Para garantir a cobertura, é fundamental seguir alguns passos:

    • Obter laudos de profissionais da saúde (psicólogo, psiquiatra e endocrinologista);
    • Ter indicação médica para o procedimento;
    • Solicitar formalmente ao plano de saúde a cobertura;
    • Guardar todas as negativas ou respostas por escrito;
    • Caso haja recusa, procurar um advogado especialista para ajuizar uma ação.

    Quais os documentos necessários?

    Os principais documentos são:

    • Relatórios e laudos médicos indicando a necessidade da cirurgia;
    • Documentos pessoais;
    • Contrato do plano de saúde;
    • Comprovantes de pagamento do plano (mensalidades);
    • Provas da negativa do plano (como e-mails, protocolos, cartas).

    Como entrar com uma ação na justiça?

    Com o apoio de um advogado especializado em direito à saúde, a pessoa trans pode ingressar com uma ação judicial para obrigar o plano de saúde a custear a cirurgia de redesignação sexual.

    Nesses processos, os advogados costumam pedir uma liminar, ou seja, uma decisão de urgência que garante a realização da cirurgia de mudança de sexo antes mesmo do julgamento final. Dessa forma, o paciente não precisa esperar anos até a conclusão da ação para ter acesso a um tratamento essencial..

    Quanto tempo demora um processo na justiça contra um plano de saúde?

    Você sabe quanto tempo demora um processo na justiça contra um plano de saúde? Quando é concedida uma liminar, o plano de saúde é obrigado a autorizar a cirurgia de redesignação sexual em poucos dias. Embora o processo judicial completo leve alguns meses até a sentença final, a urgência do caso acelera a análise do pedido, garantindo uma resposta rápida para atender à necessidade do paciente.

    Quais as chances de ganhar um processo contra o plano de saúde?

    Os juízes costumam conceder decisões favoráveis na Justiça, principalmente quando os pacientes apresentam laudos médicos detalhados e prescrição de uma equipe multiprofissional. A jurisprudência brasileira reconhece cada vez mais que o direito à saúde e o respeito à identidade de gênero são garantias fundamentais.

    Se conseguir a cobertura, é possível escolher onde e quem vai realizar a cirurgia de mudança de sexo?

    Em regra, o paciente pode sim escolher realizar a cirurgia de redesignação sexual em um hospital ou clínica credenciada pelo plano de saúde. No entanto, em caso de negativa da rede credenciada, é possível buscar o reembolso do procedimento feito fora da rede. Além disso, com autorização judicial, o paciente pode garantir o direito de escolher livremente o local da cirurgia e a equipe médica responsável.

    https://elements.envato.com/stethoscope-on-lgbt-rainbow-flag-6C63NZH

    Texto alternativo (alt text): Se conseguir a cobertura, é possível escolher onde e quem vai realizar a cirurgia de mudança de sexo? cirurgia de mudança de sexo
    Título da foto secundária: Se conseguir a cobertura, é possível escolher onde e quem vai realizar a cirurgia de mudança de sexo? cirurgia de mudança de sexo
    Legenda: Estetoscópio sobre bandeira LGBTQIA+, representando o direito à saúde e a dúvida sobre a possibilidade de escolher onde e quem realizará a cirurgia de mudança de sexo com cobertura do plano
    Descrição: Estetoscópio sobre tecido colorido com as cores do arco-íris, simbolizando a diversidade e o questionamento sobre a escolha de local e profissional quando há cobertura para a cirurgia de mudança de sexo

    Por que um advogado especializado é essencial para esse processo?

    O apoio jurídico é fundamental para interpretar corretamente o contrato do plano, montar a estratégia adequada e reunir os documentos necessários. Além disso, um advogado especializado pode obter liminares em caráter de urgência, aumentar as chances de sucesso no processo e evitar desgastes desnecessários.

    Conclusão:

    A cirurgia de redesignação sexual é um direito de pessoas trans que enfrentam diariamente desafios para viver com dignidade. O plano de saúde não pode se recusar a custear um tratamento indicado por profissionais de saúde, e a Justiça tem protegido esse direito com cada vez mais firmeza.

    Se você ou alguém próximo está enfrentando essa situação, não aceite a negativa do plano sem questionar! Procure orientação jurídica especializada para lhe auxiliar na busca pelo direito à saúde e à identidade.

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