A cirurgia de redesignação sexual, também chamada de cirurgia de mudança de sexo, é um procedimento essencial para muitas pessoas trans que desejam alinhar seus corpos com suas identidades de gênero.
Portanto, se esse é o seu caso, é importante saber que, quando os planos de saúde se recusam a custear o tratamento, você pode — e deve — recorrer à Justiça para garantir o seu direito.
Neste post, vamos esclarecer todas as principais dúvidas sobre o tema. Antes de tudo, você vai entender o que é a cirurgia de mudança de sexo e como ela funciona. Em seguida, explicaremos o que diz a ANS, se há cobertura obrigatória pelos planos de saúde, quais documentos são necessários para solicitar o procedimento e, por fim, como você pode garantir seus direitos com apoio jurídico especializado.
Assim, ao final da leitura, você terá um guia completo para compreender melhor a importância da cirurgia de mudança de sexo e quais caminhos seguir para ter acesso a esse tratamento fundamental.
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Texto alternativo (alt text): cirurgia de mudança de sexo
Título da foto em destaque: cirurgia de mudança de sexo
Legenda: Médico segurando coração com as cores da bandeira trans, simbolizando acolhimento e cuidado no processo da cirurgia de mudança de sexo
Descrição: Profissional de saúde segurando coração nas cores da bandeira transgênero, representando o respeito à identidade de gênero e a importância da cirurgia de mudança de sexo no processo de transição
O que é a a cirurgia de redesignação sexual?
A cirurgia de redesignação sexual, também chamada de cirurgia de mudança de sexo, modifica as características sexuais de uma pessoa para que correspondam à sua identidade de gênero.
Esse processo vai além da cirurgia em si. Ele inclui acompanhamento psicológico, terapia hormonal e outras etapas que garantem saúde física e emocional durante a transição.
Assim, quando a pessoa trans realiza a cirurgia de mudança de sexo, ela alinha o corpo à sua identidade de gênero e conquista mais qualidade de vida. Por isso, especialistas em saúde e entidades de direitos humanos reconhecem o procedimento como um tratamento essencial e não apenas estético.
Onde é feita a cirurgia de mudança de sexo?
Embora alguns hospitais públicos de referência e a rede privada já ofereçam a cirurgia de redesignação sexual, o SUS costuma impor mais demora e burocracia na realização do procedimento.
Por esse motivo, muitas pessoas trans optam por buscar a cirurgia de mudança de sexo diretamente pelo plano de saúde. Para isso, contam com o acompanhamento de uma equipe multiprofissional, que garante segurança médica e respaldo jurídico durante todo o processo.
Como funciona?
Primeiro, uma equipe multiprofissional avalia o paciente, realizando acompanhamento psicológico, endocrinológico e médico.
Após essa fase, a equipe médica indica a cirurgia, os hospitais ou clínicas credenciadas realizam o procedimento, seja na rede pública ou privada.
Além disso, o paciente passa por tratamentos pré e pós-operatórios para garantir sua saúde física e mental.
Por fim, o acesso à cirurgia pode ocorrer pelo plano de saúde ou pelo SUS; caso o plano negue a cobertura, o paciente pode recorrer à Justiça para garantir o direito ao tratamento.
1. Mudança de feminino para masculino
A cirurgia de mudança de gênero feminino para masculino, inclui procedimentos como mastectomia (retirada das mamas), histerectomia (remoção do útero), faloplastia (construção de um pênis) e outras intervenções para masculinização corporal.
2. Mudança de masculino para feminino
A cirurgia de mudança de gênero masculino para feminino, inclui orquiectomia (remoção dos testículos), vaginoplastia (construção de uma vagina), além de cirurgias para feminilização facial e corporal, em alguns casos.
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Texto alternativo (alt text): O plano de saúde deve custear a cirurgia de mudança de sexo? cirurgia de mudança de sexo
Título da foto secundária: O plano de saúde deve custear a cirurgia de mudança de sexo? cirurgia de mudança de sexo
Legenda: Profissional de saúde segurando coração com as cores da bandeira trans, representando o direito à cobertura médica e questionando se o plano de saúde deve custear a cirurgia de mudança de sexo
Descrição: Médico segurando coração nas cores da bandeira trans, simbolizando a luta pelo reconhecimento do direito ao custeio da cirurgia de mudança de sexo pelos planos de saúde
O plano de saúde deve custear a cirurgia de mudança de sexo?
Quando há recomendação médica, os planos de saúde devem autorizar a cirurgia de redesignação sexual, conforme entendimentos da Justiça e das normas da saúde suplementar. Isso se deve ao reconhecimento de que a identidade de gênero é parte fundamental da saúde da pessoa, e negar o procedimento pode representar um ato de discriminação.
A justiça obriga o plano de saúde a cobrir a cirurgia de mudança de sexo?
Os tribunais já consideram abusiva a recusa dos planos de saúde em cobrir a cirurgia de redesignação sexual, especialmente quando médicos indicam o procedimento como essencial para a saúde do paciente. Por isso, a Justiça determina que os planos assumam todos os custos, incluindo os tratamentos pré e pós-operatórios.
O que é a ANS e o que a ANS sobre a cobertura da cirurgia?
A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) regula os planos de saúde no Brasil. Embora nem todos os procedimentos ligados à cirurgia de redesignação sexual apareçam no Rol de Procedimentos da ANS, isso não significa que exista proibição de cobertura.
Quando o médico emite prescrição e apresenta fundamentação técnica, o plano de saúde deve custear o tratamento. Além disso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já decidiu que o rol da ANS tem caráter exemplificativo, e não taxativo. Portanto, essa interpretação reforça o direito das pessoas trans de obter a cobertura da cirurgia de mudança de sexo pelos planos de saúde.
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Legenda: Corações coloridos com bandeiras LGBTQIA+ em mãos, simbolizando a diversidade e a importância da regulação da ANS sobre a cobertura da cirurgia de mudança de sexo
Descrição: Mãos segurando corações coloridos com bandeiras LGBTQIA+, representando inclusão, diversidade e o papel da ANS na definição da cobertura obrigatória para a cirurgia de mudança de sexo
Como funciona a carência para a cirurgia de redesignação sexual?
Assim como ocorre com outros procedimentos, o período de carência para a cirurgia de redesignação sexual varia conforme o contrato firmado com o plano de saúde. Em geral, para cirurgias eletivas, o prazo máximo é de 180 dias.
No entanto, quando são notadas situações de urgência ou quando há risco comprovado à saúde mental do paciente, é possível solicitar a cobertura mesmo durante o período de carência — especialmente com o apoio de orientação jurídica adequada.
Como conseguir ter a cobertura da cirurgia de mudança de sexo?
Para garantir a cobertura, é fundamental seguir alguns passos:
- Obter laudos de profissionais da saúde (psicólogo, psiquiatra e endocrinologista);
- Ter indicação médica para o procedimento;
- Solicitar formalmente ao plano de saúde a cobertura;
- Guardar todas as negativas ou respostas por escrito;
- Caso haja recusa, procurar um advogado especialista para ajuizar uma ação.
Quais os documentos necessários?
Os principais documentos são:
- Relatórios e laudos médicos indicando a necessidade da cirurgia;
- Documentos pessoais;
- Contrato do plano de saúde;
- Comprovantes de pagamento do plano (mensalidades);
- Provas da negativa do plano (como e-mails, protocolos, cartas).
Como entrar com uma ação na justiça?
Com o apoio de um advogado especializado em direito à saúde, a pessoa trans pode ingressar com uma ação judicial para obrigar o plano de saúde a custear a cirurgia de redesignação sexual.
Nesses processos, os advogados costumam pedir uma liminar, ou seja, uma decisão de urgência que garante a realização da cirurgia de mudança de sexo antes mesmo do julgamento final. Dessa forma, o paciente não precisa esperar anos até a conclusão da ação para ter acesso a um tratamento essencial..
Quanto tempo demora um processo na justiça contra um plano de saúde?
Você sabe quanto tempo demora um processo na justiça contra um plano de saúde? Quando é concedida uma liminar, o plano de saúde é obrigado a autorizar a cirurgia de redesignação sexual em poucos dias. Embora o processo judicial completo leve alguns meses até a sentença final, a urgência do caso acelera a análise do pedido, garantindo uma resposta rápida para atender à necessidade do paciente.
Quais as chances de ganhar um processo contra o plano de saúde?
Os juízes costumam conceder decisões favoráveis na Justiça, principalmente quando os pacientes apresentam laudos médicos detalhados e prescrição de uma equipe multiprofissional. A jurisprudência brasileira reconhece cada vez mais que o direito à saúde e o respeito à identidade de gênero são garantias fundamentais.
Se conseguir a cobertura, é possível escolher onde e quem vai realizar a cirurgia de mudança de sexo?
Em regra, o paciente pode sim escolher realizar a cirurgia de redesignação sexual em um hospital ou clínica credenciada pelo plano de saúde. No entanto, em caso de negativa da rede credenciada, é possível buscar o reembolso do procedimento feito fora da rede. Além disso, com autorização judicial, o paciente pode garantir o direito de escolher livremente o local da cirurgia e a equipe médica responsável.
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Legenda: Estetoscópio sobre bandeira LGBTQIA+, representando o direito à saúde e a dúvida sobre a possibilidade de escolher onde e quem realizará a cirurgia de mudança de sexo com cobertura do plano
Descrição: Estetoscópio sobre tecido colorido com as cores do arco-íris, simbolizando a diversidade e o questionamento sobre a escolha de local e profissional quando há cobertura para a cirurgia de mudança de sexo
Por que um advogado especializado é essencial para esse processo?
O apoio jurídico é fundamental para interpretar corretamente o contrato do plano, montar a estratégia adequada e reunir os documentos necessários. Além disso, um advogado especializado pode obter liminares em caráter de urgência, aumentar as chances de sucesso no processo e evitar desgastes desnecessários.
Conclusão:
A cirurgia de redesignação sexual é um direito de pessoas trans que enfrentam diariamente desafios para viver com dignidade. O plano de saúde não pode se recusar a custear um tratamento indicado por profissionais de saúde, e a Justiça tem protegido esse direito com cada vez mais firmeza.
Se você ou alguém próximo está enfrentando essa situação, não aceite a negativa do plano sem questionar! Procure orientação jurídica especializada para lhe auxiliar na busca pelo direito à saúde e à identidade.